sábado, 29 de dezembro de 2012

ANTENADOS!


Tenho sede...

Leio todo livro que posso, vejo todo filme que me desperta o interesse, assisto tudo que é documentário, procuro os seriados mais envolventes, sou fascinado pelas biografias, estou sempre disposto a conversar com quem também gosta, adoro debater!

Leio quadrinhos selecionados, ouço músicas das mais diversas, e curto freqüentemente a shows gravados, sou super-eclético, e curto tanto Kleiton & Kledir quanto Mozart, Pink Floyd ou Luis Gonzaga, pois a arte é eterna, indo além dos limites de tempo ou espaço.

Amo contemplar a vida e a natureza. Vejo numa simples lufada de vento motivos para filosofar.

Sinto-me cada vez mais realizado e mais amante da vida. A cada dia em que vivo dessa maneira, acordo e vejo o dia mais iluminado, claridade por todo lado!

Como dizia o pensamento de Confúcio, o conhecimento afasta medos e perplexidades, nos deixando mais sóbrios e cônscios do que realmente importa.

Ignoro pecados e castigos, fantasmas e demônios, e vivo de forma desassustada e, portanto, mais feliz e confiante.

Para tal, simplesmente dei alguns passos em direção à luz, saindo assim das sombras da ignorância, e não vejo porquê todos não possam fazer o mesmo.

Meu sonho é bastante piegas, eu sei, MAS É MEU SONHO MAIOR: Que um dia TODA a humanidade se ilumine, saindo da ignorância atual, e colha os inevitáveis benefícios de tal procedimento.

Seria o paraíso na terra.

O VERSÍCULO... (Fato verídico)


Todos sabem que sou um cético de plantão, e sempre que posso, aproveito as oportunidades para gerar debates, que adoro tanto.

 Dia desses, no trabalho, em meio a um grupo misto de amigos "incautos", sendo a mai
oria cristãos, todos formalmente falando besteiras e um sacaneando o outro, e tal, levaram o assunto para sexo anal, etc, aí peguei uma deixa sobre pecados, que é o assunto que estava rolando, e lançei a a seguinte pérola:
 
- Lembra, pessoal que os sodomitas não herdarão o reino de Deus...
A comoção foi forte! Quase em coro muitos proclamaram em voz alta:
- Quem disse isso? (Porra, o pessoal se diz cristão e não lê a bíblia!)
- Tá na bíblia, oras! Eu que sou o incrédulo do grupo, já li.
O pior é que muitos não acreditaram.
-Não iam colocar esse assunto lá. - Disse um.
- Eu não acredito! - Disse outro pretenso cético...
 
Então eu tive que pegar o celular e buscar o termo "sodomita" na bíblia eletrônica. Achei várias citações, mas mostrei a que interessava:

CORINTIOS 6,9:
"Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas"

-Tem aí mesmo isso sobre Sulamita? perguntou uma amiga.
-É SODOMITA, CACETE! - Corrigiu outra. (Esses crentes de hoje!)
-Sulamita era uma periguete lá de perto de casa - Disse eu morrendo de rir.
 
Todos riram muito, numa explosão nervosa muito estranha. Mas o mais incrível é que todos concordaram com o seguinte:

-Se é desse jeito, assim NINGUÉM entra no céu! - Todos disseram juntos.

É incrível, mas pela primeira vez um grupo filosófico tão heterogêneo concordou tão unanimemente.

As pessoas conseguem se dizer religiosas, frequentando direto as igrejas mas não conhecem direito suas escrituras.

Os padres/pastores ficam só circulando na mesmice generalizada dos versículos manjadíssimos por sinal, que até quem não é da igreja já sabe de cor e não aguenta mais ouvir, tipo "O Senhor é meu pastor, e nada me faltará".

Se lessem mais (inclusive a bíblia) saberiam escolher melhor.

VITÓRIA CÉTICA! Botei os rebanhos para pensar e questionar.
(Mais alguns para queimar junto comigo no "mármore do inferno", entre acalorados debates eternos...he he he)
 
Mas pra finalizar, tem a engraçada contradição na própria bíblia:
DEUS AMA A QUEM COM ALEGRIA -Coríntios 9:7.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

2001, Uma Odisséia no Espaço em minha vida.


2001 EM MINHA VIDA

Eu SEMPRE quis ver 2001, Uma Odisséia no Espaço, o famoso "melhor filme de ficção científica de todos os tempos", mas eu tinha apenas 5 anos quando foi lançado e cresci ouvindo curioso, o tema de 2001: ASSIM FALAVA ZARATUSTRA, de RICHARD STRAUSS, e já tinha a música como algo meio "místico", apesar de eu ser um cético/agnóstico de carteirinha. Nas tvs e nos rádios da época, tocava também o BELO DANUBIO AZUL de JOHANN STRAUSS (que estranho: tudo é Strauss, agora?) e diziam que era do famoso filme, mas já era quase anos 80 e cada vez menos passava nos cinemas.
Um dia, anunciou na tv aberta, na Rede Globo, com a chamada mais ou menos assim: "-O homem contra o computador...”.
 
Então eu assisti somente com isso na cabeça. Não tinha idéia de nada, pois não havia lido ainda o livro de Arthur C. Clarke.

Fui, vi... Terminei de ver...

O QUE FOI AQUILOOOO!!!

De cara, saquei que a idéia era grandiosa demais, com aquele negócio de monólito negro, obviamente algo de origem tecnológica, aparecendo na pré-história entre os homens primitivos.

Fiquei maravilhado com a descoberta de outro semelhante, na lua!!!! Fiquei hipnotizado com as imagens poderosas criadas pelos magos dos efeitos visuais. Naves lindíssimas, singrando o espaço, passeios pela paisagem lunar...

E o final? Que viagem mais louca!!! E aquele bebê flutuando no espaço? Que olhar era aquele? Parecia fitar a terra, parecia nos fitar... ARREPIANTE!!!

Cheguei a entender que a viagem da nave Discovery (que parecia um grande espermatozóide) era apenas uma FECUNDAÇÃO DE JÚPITER, e o astronauta Bowman era o "DNA" que gerou aquele bebê cósmico. Tudo engendrado por aliens avançadíssimos e gigantescos, com propósitos obscuros, TALVEZ PARA NOS CONSUMIR!!! Seríamos algum tipo de cultivo ou experiência DELES? (Arrepio, arrepio, arrepio... só de imaginar essas coisas!) Em suma: MANEIRO!!!!!!! (Gíria da época que trago sempre)

Fiquei DIAS pensando loucamente naquilo tudo, naquele filme arrebatador... Mil idéias nunca chegavam a concluir ou satisfazer (soube depois que ESSE era o objetivo daqueles malditos STANLEY KUBRICK e ARTHUR CLARKE, deixar tudo meio vago, sujeito a múltiplas interpretações)

Os criadores queriam mesmo era bombardear os incautos espectadores e deixá-los filosofando o resto da vida, ainda mais naqueles tempos sem Internet...

Mas logo comprei o livro de ARTHUR C. CLARKE e entendi tudo. Adorei cada palavra, mas não houve arrebatamento igual.

Depois comprei sua continuação (2010, Odisséia 2) e quase houve arrebatamento, mas isso é outra resenha.

Mas só entendi 100% dos propósitos dos criadores da saga ao ler MUNDOS PERDIDOS DE 2001, um ótimo livro que achei num sebo, contando os bastidores tanto do filme quanto do livro, que foi escrito EM PARALELO! Isso eu não sabia!

Na verdade o que havia antes era um conto de A. C. CLARKE, O SENTINELA, que serviu de premissa para todo o projeto.

Quem puder (e tiver a sorte de encontrar) leia o livro, que é saborosíssimo, e cheio de inspiradas idéias da genial dupla, que não foram usadas nas versões finais da ODISSÉIA.

Ainda curti os livros com as continuações 2061 e 3001, com desdobramentos muito bacanas, mas nunca mais houve arrebatamento semelhante ao primeiro e ao segundo...

O filme que fizeram de 2010 (O Ano em que Faremos Contato) quebrou bem o galho, pois tem seus momentos, e sempre assisto também. Nesses anos todos, já tive fita, dvd e agora blu-ray. Futuramente terei com certeza algum tipo de "Holo-Cristal-3d-Imersivo" de 2001 e 2010... e do que mais filmarem sobre o tema.

Foi nesse tempo que descambei de vez para a leitura compulsiva de fc (ficção científica). Praticamente zerei toda a obra de ARTHUR CLARKE, que é meu favorito até hoje, mas ISAAC ASIMOV e CARL SAGAN também fizeram minha cabeça.
 
PARA ENTENDER 2001 DE VEZ... (SPOILERS!)

Esclarecendo de vez o enredo, para quem não entendeu ainda, vai um resumo rápido. (Cuidado! Você pode matar aquele senso quase místico que o filme deixa em nossa mente, apesar de que entender tudo também é maravilhoso!)

1-Na pré-história, um grupo de homens primitivos recebe uma "ajudinha" de uma inteligência superior, na forma de um misterioso bloco de pedra preta, retangular e toda lisa, um monólito negro, que aparece de repente e influencia os homens a lutarem e caçarem, de maneira que possam evoluir, e não se extinguir. Antes eles eram tão apáticos e tolos, que nem matavam os animais para comer. Logo tiveram a boa idéia de usarem ferramentas, e tudo começa a mudar. E assim, num corte de cena de 4 milhões de anos, partimos do porrete e chegamos ao futuro, onde já estamos viajando pelo espaço. G-E-N-I-A-L !!!!!!

2-Numa operação secreta, um grupo de pesquisadores voam até a lua para estudar um misterioso monólito negro (de novo!) que apareceu enterrado numa cratera. A humanidade tem agora a prova que existem (ou existiram) seres extraterrestres! Durante a aproximação, como se o tivessem despertado, o monólito (que está lá por milhões de anos!!!!) emite um fortíssimo sinal de rádio direto para o planeta júpiter. - Forte senso de mistério! O que diabos foi aquilo? Primeiro eu pensei que os astronautas estavam morrendo, já que tentavam tapar os ouvidos e se contorceram durante o guincho agudo do sinal. A mente dá voltas, ao pensarmos que existe algo inteligente que nos acompanha desde nossa origem, e que agora parece ter sido avisado pelo sinal emitido. (Um medo irracional cresce no fundo de nossa mente: o que vem por aí? Uma visita? Uma invasão? Nossos criadores, nossos salvadores ou os donos do matadouro? Medaaaaa! Sozinhos é que não estamos! E não somos tão bam-bam-bans assim, pelo jeito.)

3-Meses depois, acompanhamos uma missão para júpiter, a bordo da nave Discovery, onde dois astronautas e um sábio computador, Hal 9000, aguardam por meses até seu destino, enquanto vemos vários outros astronautas em hibernação, que dormiam profundamente, economizando assim ar, alimentação e energia.

Nessa fase, acompanhamos um drama paralelo, que nada tem a ver com o mistério do monólito. É que o supercomputador quase humano, Hal 9000 parece enlouquecer e resolve eliminar a tripulação, desligando a hibernação e matando logo os que dormiam, e simulando um defeito na antena exterior somente para atropelar um deles e deixar o último sobrevivente, Bowman, preso quase sem ar numa cápsula flutuando no vazio, onde morreria lentamente.
Mas Bowman consegue forçar a entrada na Discovery, e logo vai desligar o computador assassino, em cena memorável, sempre citada nas resenhas sobre a história do cinema.

4-Chegando à órbita de júpiter, sozinho, e sem mais a fazer, já que a missão está comprometida, Bowman resolve arriscar e se aproximar de um monólito (outro!) gigantesco que também estava em órbita. Ele sai com a cápsula...

...e de repente inicia-se a maior viagem da história do cinema, pois perto da superfície lisa do imenso bloco, ele parece entrar num túnel de distorções e cores caleidoscópicas vertiginosas, e POR MUITOS MINUTOS, acompanhamos atônitos aquele mergulho louco, vendo mundos e sóis estranhíssimos, para por fim, pousarmos num ambiente simulando uma casa humana, tipo mansão, onde Bowman parece envelhecer e rejuvenescer, naquela espécie e gaiola cósmico-temporal, até um encontro final com um assustador monólito bem no meio do recinto! Afinal o que seria aquilo? Um ser vivo? Uma espécie de guia, uma máquina-ferramenta de uma tecnologia tão superior que jamais entenderemos o que está a fazer com os humanos? O QUE ELES QUEREM????

Então, num momento mágico indescritível (já que não temos idéia do que está acontecendo), vemos que um bebê-cósmico, bastante semelhante ao próprio Bowman, está em órbita da terra!!!!!!!!

5-É arrepio em cima de arrepio. A coisa toda é de um multissimbolismo monstruoso, E PARECE QUERER NOS DIZER ALGO INDIZÍVEL, que penetra fundo e nos arrebata, mesmo sem entender porra nenhuma!

6-Aí, você percebe que NUNCA MAIS deixará de pensar nesse filme, tamanho o impacto recebido em sua consciência.

7-Ler o livro também é maravilhoso, mas a coisa fica mais explicadinha, complementando "demais" o filme.

Mas O FILME É O FILME!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A LOTERIA DO PENSAR




Uma pessoa do meu círculo de amizade, que não vou identificar, mas que pela credulidade serve como "modelo" para 95% do resto da população, chegou perto de mim pronta para escrever na palma da mão com uma caneta e perguntou de sola:
- Edecildo, domingo agora é dia dos pais. Vai ter o sorteio da "mega-sena", como tu é pai, me dá aí seis números entre 1 e 60 pra eu jogar.
Eu na maior desfaçatez e sem nem piscar, digo num fôlego só:
- 13, 14, 15, 16, 17 e 18!
- Ah, Edecildo, assim não! Fala os números direito!
- Ué, tanto faz! O sorteio é aleatório mesmo!
- Não brinca comigo! Fala salteado, vai.
- 2, 4, 6, 8, 10 e 12!
- Pára com isso, pô.
- Falando sério: Tanto faz mesmo! A chance de ganhar é a mesma do que com qualquer outra combinação!
- Que nada!
- Nunca ouviu falar de análise combinatória no colégio? Aleatório é aleatório.
- Ah, esquece isso. Escolhe na sorte aí pra mim.
- Esquece esse negócio de sorte. Vou te mostrar uma planilha que fiz a alguns anos que mostra suas reais chances de ganhar. Aí talvez você entenda como é difícil.
- Difícil quanto?
- É tão difícil que mesmo se mandarem eu passar na casa lotérica e pegar de graça alguns cupons com algumas apostas para concorrer, eu nem me daria ao trabalho. Imagina ficar na fila e ainda pagar por isso! JAMAIS!
- Que é isso? Tá maluco? Muitos ganham só com uma aposta.
- Eu sei, mas é difícil demais! Você nem imagina! Só funciona porque mostram quem ganhou em meio a muita gente e muita aposta. Já pensou se fossem mostrar os que erraram? Vou te mostrar a planilha...
- Eu só acredito na sua planilha se ela estiver computando os jogos anteriores, mostrando os números que mais saíram, os que menos sairam...
- Nada a ver! Pense no "cara-e-coroa": Se a aposta da "Mega-sena" fosse escolher cara ou coroa em vez dos 6 números em 60, não ia importar todas as estatísticas feitas.
- Como assim?
- Imagine que vou jogar a moeda agora. É uma chance em duas de acertar se você escolher cara ou coroa, ou seja: 50%.
- Certo, vamos lá!
- Afirmo que mesmo que um relatório estatístico mostrasse que os últimos 10 resultados fosse por exemplo "cara", o que seria uma coincidência monstruosa, isso de nada ajudaria a estimar qual seria o próximo resultado.
- Ora, eu acho que ajudaria sim. Pela estatística eu jogaria em "cara".
- Por quê? He he he. Estaria achando que o destino está com defeito? Que está travado no "cara"? He he he
- Sei lá. Parece que eu devo aproveitar essas coincidências do momento.
- Nada a ver! A cada vez que a moeda é jogada, as chances começam "do zero". É SEMPRE MEIO-A-MEIO A CHANCE DE DAR CARA OU COROA, não importa o que o passado mostrou.
- Sei não... eu não acho isso.
- Por quê você não pensou o contrário?
- Como assim?
- Ora, se tem 10 vezes que não sai a "coroa", ela sair na próxima deve ser bem mais possível, logo, vou jogar na "coroa", pois já deve estar "quase dando".
- É... também pode ser...
- Por isso que não pode ser o que a gente quer, é sim a lógica. Se o negócio for aleatório mesmo, não tem porquê haver uma tendência. Ao lançarmos a moeda, sempre volta a ser uma chance em dois de novo. E assim é com as "mega-senas" da vida.
- É uma lógica estranha!
- Mas é a lógica. Admito que nossos instintos emocionais vão meio que contra, mas temos que ser racionais.
- Difícil não ser emocional ao apostarmos para ganhar milhões.
- Não importa! Afirmo que a cada jogo, as chances são iguais de dar tanto 1, 2, 3, 4, 5 e 6, do que 03, 27, 42, 51, 54 e 58. E A MATEMÁTICA PROVA ISSO!
- Tem certeza?
- Tenho! Está tudo nos livros. Te mostro os cálculos e as fórmulas da minha planilha...
Nesse momento, vendo que meu incauto conhecido vacilava, resolvi inventar mais um exemplo.
- Pense bem! Se as estatísticas de algum jornal demonstram que, por exemplo, o número 42 nunca saiu até hoje, isso não muda nada quanto ao que pode ser sorteado amanhã. A MOEDA SERÁ LANÇADA ZERADINHA, E AS CHANCES SE IGUALAM. O 42 pode tanto sair como não, tanto quanto qualquer outro número.
- É... começo a perceber. - Falou meio sem ânimo.
De repente, o olhar de meu conhecido ficou estranhamente vago. Então deu um sorrisinho e anotou na mão alegremente enquanto falava.
- He he he. Vou anotar todos os números que você me disse, INCLUSIVE ESSE 42. Já me deste um bom palpite. DESSA SEMANA NÃO ESCAPA! Pode deixar que se eu ganhar, você não vai mais trabalhar pra ninguém: Pago alguém para cortar seus dois braços e suas duas pernas, HA HA HA HA!
Putz! Eu aqui falando sério e ficam de sacanagem comigo! Percebi então que não tem jeito: As pessoas preferem viver suas fantasias ilógicas do que pensar com lucidez. É uma válida porém torta maneira de ser feliz, mas eu prefiro a minha maneira, que pelo menos não cria falsas espectativas e o horizonte que vejo é bastante real, e quando é belo, é porquê é belo de verdade!

sábado, 4 de agosto de 2012

DOIS CAMINHOS


Na verdade, quando digo que tudo é ridículo, quero obviamente dizer pela PERSPECTIVA HUMANA, que é a única que temos.
Ora, o universo parece sempre ter existido por bilhões e bilhões de anos sem precisar de nossa presença.
Pelo jeito, ele continuará a existir DEPOIS da raça humana, talvez pela eternidade afora.
Tudo referente aos homens está BEM NO MEIO DE DUAS ETERNIDADES, uma para o passado e outra para o futuro.
Toda a história humana, todos os anseios, toda a existência afinal terá o mesmo impacto que uma breve fagulha na imensidão cósmica. EM SUMA: NÃO SOMOS IMPORTANTES!
A coisa toda é estonteante, e nossa visão simplesmente não abarca o todo, como sempre disseram os agnósticos.
Pode ser que ainda devamos evoluir alguma sensibilidade mais sutil, sacar a coisa toda e tal...
É por isso que alguns homens inventaram soluções metafísicas, como as religiões e seus salvadores, afinal realmente é difícil lidar com a idéia de morrer e "se acabar para sempre", perdendo nossa preciosa consciência.
Mas acho que assim viveremos imersos em fantasias tolas e tristes, como histéricos infantis.
Já que somos "obrigados" a existir e a não entender o porquê, o mais lógico seria escolher um dos dois caminhos:
Ou viver desinformado, assustado, encucado e sofrendo (SER TRISTE), ou o mais inteligente que é viver informado, lúcido, contemplativo e prazeirozamente (SER ALEGRE).
Assim aprendemos a conviver com os mistérios insondáveis, enquanto aproveitamos nosso único cartucho, que é essa nossa breve e louca vida, até que se prove o contrário.
POR ISSO DEVEMOS CELEBRAR: HAKUNA MATATA e CARPE DIEM

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

TUDO É RIDÍCULO!

Prestem bem atenção: Tudo É ridículo!!!! MAS TUDO MESMO! Todos os maiores anseios de toda a raça humana são vãos! A Existência é ridícula!!! O que pretendemos ou o que conseguimos é tudo coisa ridícula! Somos verdadeiros micos vestidos, arrogantes e metidos, só pensamos em grana ou coisas fúteis!! SOMOS REALMENTE RIDÍCULÓIDES!!! É muito difícil passar um dia em que eu não refreie um ato meu ou de alguém próximo pensando em COMO AQUILO É SEM PROPÓSITO, RIDÍCULO! A grande maioria das pessoas sao despeitadas, más, invejosas, interesseiras, têm má-vontade, preguiça, soberba, são covardes, ignorantes, intolerantes e gostam de enxergar somente o próprio umbigo, em suma! SÃO RIDÍCULAS! Não sei como a raça humana ainda anda pra frente! Deve ser levada nas costas pela minoria de boa-vontade. Só nos resta viver da melhor maneira possível. Como diz a música do nosso filósofo LOBÃO: "INFELIZ DE QUEM TÁ TRISTE NO MEIO DESSA CONFUSÃO"

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O DOCE MISTÉRIO DO PORVIR

A despeito de tudo (ou do próprio nada), comprovadamente estamos aqui (nós e o universo), pois definitivamente somos algo (cogito, ergo sum?)
Antes de qualquer consideração, já nos vemos enfeixados em dor, frio, fome, prazer, medo… Isso graças aos nossos sentidos (sensores), sensíveis até demais.
Esse início ruim parece ser como que uma fase de adaptação, pois quando enfim vem a calmaria, vem junto também os primeiros deslumbramentos, mas que normalmente passam com os anos.
Por isso as crianças são mais felizes, com tanta fartura de curiosidade para ser saciada, vivem em eterna fome de saber (e viver). São sempre otimistas, pois seu futuro está em aberto e é promissor a seus sonhos. Tudo é lindo, tudo é belo, e esse estado contemplativo deveria ser preservado mesmo em idades avançadas, nem que apenas como função medicinal.
Isso porque o adulto comum é aquele que não se emociona mais com nenhum pôr do sol, ou com as estrelas. Já não quer sabem mais de nada. Não se importa de onde veio a própria vida, e apenas se apossa dela meio que indevida e arrogantemente sem mais nada querer saber. Não cultivou sua curiosidade juvenil, chegando mesmo ao ponto de esquecer como isso foi tão bom.
Mas isso é o normal, pois é o que em geral faz todo o reino animal depois de adulto. Afinal a vida pode ser bastante dura, e ir minando o que tem de melhor naquela criança receptiva.
Assim, embrutecido e com a mente já nublada e sem grandes expectativas, esse adulto descamba para tentar curar suas ansiedades e desesperos em duvidosas soluções alternativas, que terminam por matar de vez aquela criança interna. E adeus, felicidade.
Obviamente podemos ser bem melhores que isso. Quem não quer ser feliz de verdade? Basta cultivar aquela mesma primordial alegria de viver, baseada em curiosidade e perplexidade.
Basta nunca deixar que a criança esmoreça, e se a coisa está ficando entediante, basta buscar outras. A leitura e a contemplação por exemplo já são alimento suficiente para tal procedimento.
Segundo os agnósticos, nunca vislumbraremos a verdade absoluta, mas não é por isso que não devemos iniciar sua busca, de peito aberto e sem preconceito, sem medo do que vamos encontrar, afinal não é a verdade o que importa?
Jamais seremos os mesmos apáticos se iniciarmos essa jornada, e não importando a distância da “verdade suprema”, assim percorreremos um maior trecho dessa estrada em sua direção. O saldo sempre vai ser positivo.
Talvez seja para ser assim mesmo, um tipo de trabalho solitário mas ao mesmo tempo em conjunto, e no quadro geral da existência fazer apenas a nossa parte.
Se for assim, prefiro ser um dos que fez a sua parte do que um que não fez nada. Quem sabe para que existimos? Talvez sejamos “sondas coletoras”, semeadas pelo universo afora, apenas para apurar fragmentos da existência para um objetivo maior e sob todos os ângulos, insondável.
Mesmo que os agnósticos estejam certos, e nunca compreendamos o todo, ainda assim prefiro ser um “sensor” útil a essa causa.
Que eu não tenha coletado tudo o que aprendi em vão.
Que no “meu final”, recolham a informação QUE EU RECOLHI.
De todo modo, mesmo equivocada essa visão, cultivar essa “volição do saber” é uma opção prazerosa O suficiente para preencher, divertir e dar sentido a toda uma vida.
O tédio não existe para quem vive por parâmetros desse tipo.
Mas talvez, paradoxalmente o que mais satisfaz nisso tudo é a permanência do mistério, do regozijante mistério…
O mistério é simplesmente saboroso. Gosto de chamá-lo de “o doce mistério da existência”, …e acho que sempre vai haver o maior de todos, já que em detrimento do nada, existimos

sábado, 19 de maio de 2012

A MORTE DE TODOS NÓS

Vivemos num mundo onde as comunicações nos inundam com notícias horríveis, com mortes anunciadas muitas vezes ao vivo, nos tornando talvez adormecidos ao sofrimento humano exibido. Nos pegamos aparentemente mais frios, já que todo dia, durante o jantar, nos habituamos a ver a tragédia dos outros, lá detrás do vidro da telinha da tv, e nos perguntamos se ainda temos alguma empatia, se ainda temos sentimentos, já que logo partimos para o fim da nossa refeição e o início do próximo programa. Nem nó na garganta temos mais como antes.

Mas... a empatia está lá. Muitas vezes queremos achar que não, mas de vez em quando constatamos que ela está lá sim! Basta morrer um conhecido nosso, um amigo ou um vizinho, deixando seus familiares desesperados com tamanha e ignominiosa tragédia.

Morreu um amigo meu de infância, talvez não o que mais compartilhou lembranças comigo, nem o maior deles, mas entesouro vários bons momentos, mesmo mais de 30 anos depois.
Deixou 3 amorosas filhas, mulher e muitos amigos e parentes embasbacados.
É óbvio que o baque de sua perda em mim foi grande, mas maior ainda é a tristeza de ver suas 3 filhas e sua mulher destruídas e inconsoláveis.
O maldito câncer estava lá também. Implacável. Silencioso. Doloroso. Nem deu tempo para tratar. E o pior é que o cara vivia fazendo check-ups. Tinha o maior cuidado de pagar planos de saúde e freqüentá-los periodicamente, pois sendo um pai responsável, queria obviamente viver mais e melhor com sua bela família. Não deu.

Não dá para conceber lógica alguma possível!

Para meu descrente ponto de vista, mais provas da ausência da providência divina. Não adianta! Minha mente friamente conclui que simplesmente NÃO PODE HAVER DEUS! Principalmente aquele bíblico, apático, ridículo, ausente. Aquele que tudo pode, e tudo deixa acontecer. Dane-se a eternidade! Não pedimos para nascer, e preferimos ser felizes aqui e agora.
Mas nesse caso, todas as vezes que iniciei o choro, foi pensando nos vivos. Nos vivos que sofrem com a ida dos entes queridos.

Querido amigo: Desculpa se resisti ao choro pela sua morte precoce, mas deves entender que o pior é a sua falta para os que te amam.
Você já descansou, e a gente aqui nesse mundo, sentindo a sua falta e aguardando nossa vez, ainda não.

PAX AETERNA!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

CARPE, CARPE DIEM

 

Por que a vida não pode ser maravilhosa somente por existirmos? Somente por respirarmos regozijantes o ar gratuito que nos envolve?
Por que precisamos estar creditando a deuses e entidades tudo o que acontece? Pra que ficar nesse dramalhão todo? Que defeito é esse do ser humano?
Acha pouco a grandiosidade do cosmo? Ou o contentamento que experimentamos sempre que contemplamos um céu estrelado ou um nascer do sol?
Pra quê complicar? RELAXEMOS, POIS, e curtamos essa fresta de existência que gostamos de achar que é nossa.
Não contemos com paraísos futuros, e como lei, basta apenas fazer ao próximo o que faríamos a nós mesmos. Parece óbvio e piegas, mas é a pura verdade.
A VIDA É BELA, CACETE! E isso deveria bastar para que vivamos extasiados e a contabilizar um valor cada vez maior a cada segundo que vivemos, pois sabemos que faltam sempre bem menos do que gostaríamos. Em suma: devemos adquirir a noção de que ficamos mais valiosos quanto mais perto do fim estamos.
...todo o resto é ignorância ou frescura.

"...Carpe, carpe diem, colham o dia garotos, tornem extraordinárias as suas vidas" (Sociedade dos poetas mortos)